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Sumário

João, Filho de Zebedeu e de Salomé (Mc1:19 – Mt 27:56).

O chamado de João a ser discípulo de Jesus está descrito em Marcos 1:16-20, no momento João estava com seu irmão Tiago preparando as redes para a próxima pesca, no qual ao serem chamados, de imediato, largam as redes e começam a andar com o Messias.

O nome hebraico de João é Yohanan que significa “Deus é gracioso”. As informações que temos de João estão nos evangelhos sinóticos. Seu pai, Zebedeu, era um pescador próspero, que possuía seu próprio barco e contratava trabalhadores para os ajudarem na pesca.
João e seu irmão, Tiago, também tinham uma espécie de parceria com Pedro e André (Mt 4:21-22 – Lc 5:10-11).

O apóstolo João foi um dos principais líderes da igreja em Jerusalém (Atos 15:6; Gálatas 2:9). A tradição cristã atribui ao apóstolo João a autoria de cinco livros do Novo Testamento. São eles: o Quarto Evangelho (Evangelho de João), três Epístolas (1,2 e 3 João) e o livro do Apocalipse.

João testemunhou muitos dos milagres de Jesus e seus ensinamentos (Mc 1:21-31, 40-45, 2:1-12, 3:1-6, Mt 8:1-4; 9:1-8, 12:9-14, Lc 4:33, 5:12-15,17-26, 6:6-11).

Dos doze discípulos, Pedro, Tiago e João formaram um círculo íntimo de discípulos que estavam presentes em momentos importantes durante o ministério de Jesus:

  • Quando Jesus ressuscita filha de Jairo, vendo de perto o poder de Cristo sobre a morte (Lc 8).
  • No jardim do Getsêmani, quando Jesus estava prestes a ser crucificado (Mc 14:32-34).
  • No monte das oliveiras quando Jesus falava sobre os últimos tempos (Mc 13: 3-37).
  • No monte da transfiguração (Mc 9:2-10).

Assim como deu a Pedro o nome de rocha (Mt 15), deu a Tiago e João o nome adicional para os irmãos de Boanerges ou “filhos do trovão” (Mc 3:17).

No livro de Atos, João é visto com frequência com Pedro, tornando-se um companheiro de ministério. João estava com Pedro quando ele curou o homem coxo no templo e juntos pregaram corajosamente diante de líderes em Jerusalém. Juntos os dois companheiros viajaram até Samaria para conferir o batismo que Felipe havia ministrado e ensinado (At 3:1-11, 4:1-21, 8:14-17).

O discípulo amado

É atribuído a João, o apóstolo, a autoria do quarto evangelho. O evangelho de João se diferencia em sua maneira de se apresentar quando comparado com os outros, tornando-se peculiar na sua forma de descrever a vida e o ministério de Jesus.

A tradição identificou João como o anônimo “discípulo a quem Jesus amava”, que estava presente na última ceia, na crucificação, no sepulcro vazio, e na última aparição de Jesus no mar da Galiléia (Jo 13:23, 19:26, 34-35, 20:2-10, 21:1-14, 20-25).

Além da intimidade com Jesus, João estava ao pé da Cruz para testemunhar a morte de Cristo como sacrifício pelo pecado. Ele também aparece correndo ao sepulcro para confirmar que estava vazio e viu seu amigo Jesus ressuscitado.

Duas vezes o evangelho de João menciona que se baseia no testemunho do discípulo amado e ressalta que seu testemunho é verdadeiro (João 19:35, 21:24-25). É verdade que existem algumas críticas que tentam contestar a autoria por parte de João de algumas destas obras. O quarto Evangelho e o livro do Apocalipse são os principais alvos dessas críticas. Todavia, as evidências apontam de forma muito mais contundente para a verdade de que realmente foi o apóstolo João quem escreveu todos os cinco livros.

As epístolas: 1, 2 e 3 de João

Nenhuma das três cartas nomeia diretamente João como autor, como no evangelho. Porém, a primeira carta trata de doutrinas semelhantes aos temas do evangelho de João, que incluem a importância da obediência e do amor.

A primeira carta de João começa com uma declaração forte e que evidencia o testemunho presencial do autor acerca de Jesus e as sua introdução reafirma as palavras iniciais do evangelho de João.
Destinada aos cristãos, a primeira carta de João trata sobre uma possível tentativa de homens corromperem a mensagem e ensino de Jesus, combatendo ameaças à fé cristã provindas de anticristos e falsos espíritos (1Jo 2:18-27, 4:1-6).

Já na segunda e na terceira carta, João se apresenta como “ancião” e continua a ressaltar a importância do amor e da obediência e exortando os cristãos a identificarem os falsos ensinos e exortando aqueles que estavam rejeitando a autoridade da igreja.

João na ilha de Patmos

Durante o reinado do imperador romano Domiciano, João foi exilado para essa ilha por causa de sua fé e testemunho de Jesus Cristo.

Patmos não foi apenas um local de sofrimento para João, mas também um cenário de revelações divinas. Foi nesta ilha que ele teve a visão detalhada do Apocalipse.

Conforme narrado no Livro do Apocalipse, João recebeu revelações de Jesus Cristo em uma série de visões que descrevem eventos futuros, incluindo a batalha final entre o bem e o mal, o julgamento final e a criação de um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 1:1-2).

Com a ascensão do imperador Marco Nerva em Roma (96-98 d.C.), o apóstolo João foi liberado para retornar a Éfeso. Nessa época provavelmente ele já tinha cerca de 90 anos de idade. A tradição afirma que o apóstolo João morreu durante o começo do governo de Trajano, isto é, depois de 98 d.C., com idade bastante avançada, sendo o último dos apóstolos a morrer.

O testemunho de vida do apóstolo João nos leva a refletir no poder do evangelho em transformar e direcionar a vida das pessoas. De um auxiliar de pesca para um ministro do evangelho. De alguém com
personalidade forte e impetuosa para alguém encharcado de amor e compaixão.

Foto de Jonas Viera

Jonas Viera